acompanhamento terapêutico
- Fernanda Cunha
- 30 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de ago.
O acompanhamento terapêutico (AT) é uma modalidade de cuidado que se dá fora dos limites do consultório, levando o trabalho clínico para os espaços em que o sujeito vive, circula e enfrenta os impasses da vida cotidiana. À luz da psicanálise, essa prática se sustenta não como um simples deslocamento geográfico da escuta, mas como uma abertura ao que, no real da vida do sujeito, escapa às normas e estruturas tradicionais do tratamento.
Em contextos de sofrimento psíquico intenso, de impasses familiares, escolares ou sociais, o acompanhamento terapêutico pode funcionar como uma aposta no laço, na transferência e na invenção de caminhos singulares. Trata-se de um cuidado que não se orienta por protocolos fechados, mas por uma escuta ética do sujeito em sua singularidade. Algo fundamental na clínica psicanalítica.
A psicanálise fora do consultório?
Sim, é possível. Quando falamos de AT, pensamos em dispositivos clínicos ampliados, que acolhem a complexidade da vida contemporânea: crianças com dificuldades de socialização, adolescentes em crise, adultos que enfrentam a solidão ou o isolamento, entre outras situações em que o encontro com o outro pode se dar de maneira mais potente em espaços alternativos.
Nessas experiências, o psicanalista não atua como um condutor ou orientador da vida do paciente, mas como alguém que sustenta a escuta e aposta na fala como operador de transformação. Acompanhando alguém a uma escola, a um posto de saúde, a uma praça ou simplesmente em seus percursos cotidianos, é possível fazer existir uma função clínica de presença, que não interpreta o tempo todo, mas que escuta o que se diz e o que se cala.
A clínica do laço e da invenção
O acompanhamento terapêutico pode ser um importante aliado em casos de:
psicoses e transtornos severos, onde a presença do terapeuta funciona como apoio para sustentar o enlaçamento com o mundo;
crianças e adolescentes, em contextos escolares difíceis ou com rupturas familiares;
momentos de transição, como lutos, mudanças de cidade ou rupturas afetivas;
processos de reintegração social, após internações, crises ou afastamentos.
Cada caso requer um manejo específico, e é esse cuidado com o singular que a psicanálise nos ensina: não há manual, há escuta. E nessa escuta, algo da invenção do sujeito pode emergir.
Meu lugar como psicóloga
Enquanto psicóloga clínica com orientação psicanalítica, o AT se apresenta como uma extensão ética da clínica que se dá por um compromisso com o desejo, com a escuta e com o laço que se constrói no tempo e espaço.
Minha experiência em projetos de extensão universitária e pesquisa, especialmente na interface entre psicanálise e infância, reforça a importância de dispositivos que estejam atentos ao cotidiano, às marcas da linguagem e às redes de cuidado que atravessam a vida de cada sujeito.
Se você deseja saber mais sobre o acompanhamento terapêutico ou acredita que essa modalidade pode ser indicada para alguém que você conhece, estou à disposição para conversarmos.
Fernanda Cunha
Psicóloga clínica (CRP 12/24560)
Atendimento em Jaraguá do Sul/SC e online
📱 (47) 3180‑4100


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